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Na Solidão do Tapetinho.

Atualizado: 18 de abr. de 2021

Não existe momento mais solitário do que quando se está sobre o tapete praticando.

Já notou que mesmo em uma sala de prática lotada, com professor ali na frente dando os comandos não existe nada além de você, seu corpo, sua respiração, sua mente e suas expectativas? Este é aquele momento no qual não existe o outro, não há a quem culpar, não há com quem falar, não há com o que se distrair, é você no momento presente encarando todas as suas dificuldades e facilidades.


É sobre o tapete que você descobre que ao entrar em um asana você tem duas opções ou corta caminho e faz da forma que você acha que é fácil, para você, e pode se machucar ou faz da forma correta que geralmente não é a mais simples para você. É exatamente neste momento que você descobre que seu corpo e sua mente carregam a sua postura perante a vida. Eu mudo e faço da forma correta ou eu faço da forma fácil?


É sobre o tapete que você descobre a sua visão rígida perante a vida. Sabe aquela invertida simples como o prasarita padottanasana, é só afastar as pernas, flexionar o tronco, colocar a cabeça no chão e as mãos ficam nas mesma linha dos pés, mas quando você vai fazer, surpresa! Sua mente não admite a inversão, ela discute com você! "Como assim? Vai me tirar do conforto da horizontalidade e verticalidade? Não! Não quero!" Resultado, são meses de prática para trabalhar os isquiotibiais e aprender que não existe somente uma forma de se ver a vida e o mundo.


É sobre o tapete que você descobre que se você abre muito o peito e levanta o queixo a vida te derruba, que se você fecha o peito e abaixa a cabeça a vida te atropela. E agora?

É sobre o tapete que você descobre que quando você se desequilibra o melhor é deixar o corpo ir na direção do desequilíbrio e assim se reequilibrar.


É sobre o tapete que você descobre que o seu estado mental está diretamente ligado ao seu ritmo respiratório e que quem controla a respiração controla a mente.


É sobre o tapete que você decide se vai continuar se descobrindo ou vai parar de praticar.


Tudo bem, o professor entende, foi demais ou ainda não é momento, o que importa é que nos momentos sobre o tapetinho você teve noção do seu EU.


Namastê



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